sexta-feira, 17 de junho de 2011

Respiração Correta e Pensamento Inspirado

É importante que o ser humano desenvolva a capacidade de observar e de aperfeiçoar as funções vitais do seu corpo no dia-a-dia. À medida que percebe essas funções e lhes dá atenção – ao sono, à alimentação, ao despertar, ao ato de respirar – cria menos atrito e ganha energia. Adquire mais equilíbrio e harmonia. Suas funções vitais se desdobram, tornam-se mais sutis: deixam de obedecer apenas aos instintos de sobrevivência e começam a apresentar novos aspectos, subjetivos.
O movimento respiratório tem duas fases: a da inalação e a da exalação. Entre elas há sempre uma pausa, por menor que seja. Entre a inalação e a exalação, a mente fica disponível para receber os impulsos da alma. Já entre a exalação e a inalação, transfere-se esses impulsos recebidos ao cérebro, e eles se exteriorizam como pensamento. A respiração está, portanto, diretamente ligada ao ato de pensar. Influi na qualidade, na intensidade e na abrangência do pensamento e, ao mesmo tempo, dela emanam os elementos que o nutrem.
A vida torácica – o sistema respiratório e o circulatório – são responsáveis pela formação de um fluido nêurico, etérico. Gerado pelo movimento da inalação e da exalação, esse fluido impulsiona a vida de pensamentos. A estrutura cerebral é nutrida por ele, ou seja, pelo ritmo respiratório.
O aprimoramento do ato de respirar influencia a vida de pensamentos de modo muito positivo. Além disso, a respiração correta alimenta o magnetismo superior.
O ato de respirar não se resume, portanto, em inalar oxigênio e exalar gás carbônico. Devemos valorizá-lo, atentos às energias universais que nos circundam e que se encontram em nosso interior. Aos poucos, então, teremos mais consciência do seu real significado.
Se inalamos e exalamos profundamente, os tecidos ganham vitalidade. Adquirimos também flexibilidade, pois a respiração está relacionada com a prontidão em reconhecer o que é correto e necessário a cada momento.
Pelo aprimoramento da respiração, preparamo-nos para seguir com agilidade os impulsos que vêm do mundo interior. A respiração correta ajuda-nos a pensar ordenadamente, a nos valer do lado mais sutil e subjetivo da mente.
Há várias modalidades de exercícios para se chegar a uma boa respiração, mas cada um de nós precisa encontrar a sua própria maneira de aperfeiçoá-la. Podemos, além disso, reservar alguns minutos do dia para observá-la.
Os efeitos da boa respiração repercutem nas demais funções vitais do organismo. E, sobretudo, ajudam-nos a corrigir nossa atitude diante da vida em geral.
Lembremo-nos de um ensinamento do Agni Yoga, em que o instrutor se refere aos fogos sutis despertados em nosso ser quando elevamos a consciência e como a respiração correta nos pode auxiliar em momentos de prova: “O principal prejuízo para os fogos está na irritação, a qualquer sintoma de irritação, aconselha-se se inspirar, inalar o ar profundamente dez vezes. A inalação do prana, ou seja, desse éter, dessa força vital, não apenas tem significado psíquico, mas também químico, pois o prana é benéfico aos fogos e dissolve a irritação”.
O que nos mostra isso?
O sistema neuroendócrino é uma exteriorização do corpo etérico, sutil, que permeia o corpo físico. Nervos e glândulas são mensageiros do jogo de energias desse corpo etérico, e o movimento respiratório é sincronizado com a expansão e a contração dele.
Se respiramos corretamente, injetamos energia em todas as funções do organismo, adquirimos maior domínio sobre o seu funcionamento global, com incalculáveis benefícios para o sistema neuroendócrino.
À medida que participamos do nosso processo de cura, vamos exercendo maior influência sobre o que nos rodeia. Nosso campo de ação se expande. O refinamento vem então naturalmente e nos aguça a percepção das coisa da vida. Passamos a contribuir para que certas energias sutis se aproximem de nós. Tornamo-nos campo mais fértil ao trabalho delas.
A diminuição da frequência respiratória significa que o mundo interior está permeando mais o mundo mental e o cérebro físico. Na respiração mais pausada, o intervalo entre a inalação e exalação se alonga,  e esse é o momento da descida da energia da alma para a mente. Decorre disso, portanto, que a realidade subjetiva possa permear o cérebro com maior intensidade. Começamos a ter pensamentos condizentes com o que na verdade somos. A mente focaliza com mais facilidade o núcleo subjetivo que o anima.

(Sinais de Figueira, 2003 p.04)


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