sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"Que deve a pessoa fazer para preparar-se para o Yoga?"

Breve diálogo de A Mãe (Mirra Alfassa), com seus discípulos em Pondicherry, Índia, 1929.

"Que deve a pessoa fazer para preparar-se para o Yoga?"


A Mãe:
Ser consciente, primeiro que tudo. Somos conscientes apenas de uma insignificante porção de nosso ser, pois da maior parte somos inconscientes. É esta inconsciência que nos mantém sujeitos à nossa natureza irregenerada e impede a sua mudança e transformação. É através da inconsciência que as forças não divinas entram em nós e nos fazem seus escravos. Você deve ser consciente de si mesmo, você deve despertar para sua natureza e seus movimentos, você deve saber como e por que faz ou sente as coisas ou pensa nelas; você deve entender seus motivos e impulsos, as forças escondidas ou aparentes que o movem; na verdade, você deve, por assim dizer, desmontar em pequenos pedaços o mecanismo inteiro de seu ser. Somente quando você se torna consciente é que você pode distinguir e peneirar as coisas, você pode ver quais as forças que o puxam para baixo e quais as que te ajudam. E quando você distinguir o certo do errado, o verdadeiro do falso, o divino do não-divino, você deve agir estritamente segundo o seu conhecimento; quer dizer, resolutamente rejeitar um e aceitar o outro. A dualidade se apresentará a cada passo e a cada passo você terá que fazer a sua escolha. Você terá que ser paciente e persistente e vigilante – “acordado”, como dizem os adeptos; você deve sempre recusar a dar ao não-divino qualquer oportunidade que seja contra o divino.
Escrito pela Mãe em 1912:
O objetivo geral a ser alcançado é o advento de uma harmonia universal progressiva.
Os meios para atingir este objetivo, quanto à terra, é a realização de unidade humana pelo despertar em tudo e a manifestação, através de todos, da Divindade interior, que é Una.
Em outras palavras – criar a unidade pelo estabelecimento do Reino de Deus que está dentro de todos nós.
Este é, portanto, o trabalho mais útil a ser feito:
1)    Cada um, individualmente, conscientizar-se da Presença Divina em si mesmo e identificar-se com ela.
2)    Individualizar os estados do ser que até agora nunca foram conscientes no homem, e, através disso, colocar a terra em contato com uma ou mais das fontes da força universal, que estão ainda seladas para ela.
3)    Falar outra vez ao mundo a palavra eterna sob uma nova forma, adaptada a sua mentalidade atual. Isto será a síntese de todo o conhecimento humano.
4)    Coletivamente, estabelecer uma sociedade ideal em um local apropriado para o florescimento da nova raça, a raça dos Filhos de Deus.
A transformação e harmonização terrestre podem ser conseguidas por dois processos que, embora opostos em aparência, devem combinar-se – devem atuar um sobre o outro e completar-se mutuamente:
1)    Transformação individual, um desenvolvimento interior que leve à união com a Presença Divina.
2)    Transformação social, o estabelecimento de um ambiente favorável ao florescimento e crescimento do indivíduo.
Considerando que o ambiente atua sobre o indivíduo e, por outro lado, o valor do ambiente depende do valor do indivíduo, os dois trabalhos deveriam processar-se lado a lado. Mas isto só pode ser feito através da divisão de trabalho, o que requer a formação de um grupo hierarquizado, se possível.
A ação dos membros do grupo deveria ser tríplice:
1)    Realizar em si mesmo o ideal a ser atingido: tornar-se um perfeito representante terreno da primeira manifestação do Impensável, em todas as suas modalidades, atributos e qualidades.
2)    Pregar este ideal pela palavra, mas acima de tudo pelo exemplo, para assim descobrir todos aqueles que estão preparados para realizá-lo por sua vez e tornar-se também arautos de libertação.
3)    Fundar uma sociedade típica ou reorganizar aquelas já existentes.
Para cada indivíduo também há um duplo trabalho a ser feito, simultaneamente, cada aspecto dele ajudando e completando o outro:
1)    Um desenvolvimento interior, uma progressiva união com a Luz Divina, a única condição pela qual o homem pode estar sempre em harmonia com a grande corrente da vida universal.
2)    Uma ação externa que cada uma deve escolher, de acordo com suas capacidades e preferências pessoais. Ele tem que achar o seu próprio lugar, o lugar que apenas ele pode ocupar no concerto geral e dedicar-se inteiramente a isto, não esquecendo que ele esta tocando apenas uma nota na sinfonia terrestre, e contudo sua nota é indispensável à harmonia do todo e seu valor depende da sua precisão.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Informação e Conhecimento

Informação e conhecimento não são a mesma coisa. Uma informação sobre os fatos da vida espiritual, por exemplo, só nos leva ao conhecimento desses fatos quando há em nós intenção de nos transformarmos, abertura para o novo e fé. É a fé que nos proporciona a coragem de penetrar algo completamente novo. Sem ela, a possibilidade de chegarmos a tal conhecimento fica bloqueada, pois é pela fé que aceitamos como verdadeira uma informação ainda não comprovada. O saber intelectual restringe-se ao nível da informação, não é conhecimento real. De nada serve se não é posto em prática, vivido. No final da encarnação, o intelecto, aspecto efêmero do nosso ser, se desintegra, e a consciência leva consigo somente o que de fato absorveu. A vivência assimilada é o verdadeiro conhecimento. Há até mesmo certas coisas que sabemos sem ter tido conscientemente nenhuma informação prévia a respeito. Quem tem autêntico conhecimento fica imparcial e tranqüilo diante de qualquer situação. Sabe que tudo vem para ensinar alguma coisa.
A única coisa necessária
Vivemos em uma época de insegurança psicológica e material quase generalizada. Muitos não encontram mais apoio em instituições ou organizações deste mundo concreto. Já perceberam que atualmente só podem sentir-se seguros no nível espiritual, área da consciência que fica além do corpo físico, das emoções e da mente. É nesse nível que se encontra o eu superior, a alma, o núcleo de consciência universal presente em todos.
A quietude, o silêncio e a solidão não significam inação ou inércia. Uma pessoa nesse estado de calma pode agir de forma mais dinâmica e poderosa do que alguém que se agita. Mas, então, que significam? Tal quietude diz respeito à ação interior, desinteressada, que não visa o reconhecimento, a gratidão ou sequer a ser notada. E que significa uma atitude silenciosa? Silêncio é só ficar calado, sem dizer nada? É mutismo? Mas na verdade silêncio é mais que isto. O silêncio é um estado interno em que não há críticas, nem desejos, nem cobranças ou interferências. E a solidão? Quando quietos e silenciosos, não desejamos, não criticamos, não comparamos: estamos estáveis em nós mesmos, não divididos, e nos sentimos unos com tudo o que nos cerca. Nesse estado experimentamos ser uma perfeita unidade, isto é, reconhecemo-nos solitários. Quem é desse modo solitário reúne em si energia, pois toda a sua potência fica concentrada no interior do ser e é irradiada para o mundo como bálsamo ou como poder de reconstrução. A lição que tiramos, é que a única coisa necessária é estar quieto, silencioso e só, embora em convívio com os outros. Abandonando interesses pessoais e egoístas, e passando a interesses mais amplos; colocando as necessidades de outros, de grupos e do planeta em que vivemos acima das necessidades pessoais, que nem sempre são verdadeiras, mas produtos de hábitos e vícios. Essa ampliação da consciência pessoal para a consciência de grupo e de realidades ainda mais amplas é um trabalho cujo resultado depende das intenções da pessoa. Às vezes é um longo caminho, que se dá por etapas.
Podemos estar varrendo, cozinhando, lavando, ou executando qualquer outra tarefa externa, pois a única coisa necessária não é o que fazemos praticamente, mas a atitude de silêncio interior, a quietude e a solidão em todas as atividades que realizamos. Assim nos preparamos para ações que poucos estão aptos a cumprir, ações que exijam imparcialidade, não-envolvimento com exterioridades, precisão e inteireza na ajuda ao mundo e às pessoas.

Maiores informações: www.irdin.org.br

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Momento Atual

“ Esta época, que nos pede mais aprofundamento da consciência, nos dará os elementos necessários para praticarmos a interiorização. Cada um de nós precisará ter a fé confirmada e reforçada, pois é do mundo interior, por meio da fé inabalável, que nos virão todos os recursos materiais, psicológicos e espirituais para atravessarmos do modo mais harmonioso possível os momentos de caos que se fazem visíveis por todo o planeta.
         Na busca do contato com o próprio centro interno da consciência, alguns perceberão claramente a presença das Hierarquias Espirituais; outros captarão de modo direto as instruções para si e para a ação prática que devem desempenhar como auxílio à humanidade.
         Se não existirem apegos a fórmulas de trabalho espiritual e expectativas, a energia não se congestionará no indivíduo. Desse modo, estando ele entregue às energias superiores dentro e fora do seu ser, o Plano Evolutivo, perfeito como é, se realiza dentro e fora dele sem dificuldades.
         Sabendo em princípio que existe uma linha de ação e de vida para cada um de nós, estabelecida há tempos pelo nosso espírito em harmonia com as Hierarquias a ele coligadas, nenhuma preocupação devemos ter quanto ao destino. Precisamos entregar-nos ao silêncio interno, saber ouvir a voz interior, calar o sentido crítico desnecessário e o julgamento impiedoso que em geral fazemos dos fatos correntes e dos demais seres. A prática de julgar e falar inutilmente enevoa os espaços sutis da mente, deixando-a sem capacidade para receber e elaborar mensagens e impulsos internos de amor ou instruções para uma ação construtiva nestes momentos de caos.
         Há indivíduos que buscam esse contato interior em silêncio, sem que ninguém o perceba; outros têm necessidade de manifestar suas atitudes mesmo que discretamente. Não importa qual seja o temperamento da pessoa, o mais importante é estar entregue ao próprio Eu Interior e considerar-se unida aos companheiros de caminho.
         É inadequado, no trabalho de aprofundamento da consciência e de união, fazerem-se comparações entre os indivíduos e seus trabalhos espirituais. Cada um é produto do caminho que percorreu até agora através de milhões de anos de experiência variadas. Portanto, as comparações são inúteis, supérfluas, já que todos são fruto da mesma Lei Criadora, têm uma única meta (embora nem sempre a conheçam) e mais cedo ou mais tarde irão alcança-la.
         Nenhuma força externa desintegradora e nenhuma situação, por mais violenta que seja, podem impedir que o indivíduo busque o próprio contato interno – a menos que ele o permita, que se distraia com as forças circulantes. Mesmo que passe por ataques de forças hostis à evolução, mesmo que circunstâncias cármicas que o cercam sejam desfavoráveis, nada disso precisa pesar no seu trabalho de aprofundamento, pois este é essencialmente secreto e invisível.
         Se o indivíduo já tem clareza da própria meta espiritual e se tem consciência da decisão que tomou em sua vida, nada de negativo pode prevalecer em seu caminho interior. Cuidar da própria purificação, coisa muito necessária, significa ficar disponível para a ação de Leis Superiores que regem os níveis transcendentes de consciência. Harmonizados com essas leis poderosas, aceitamos com naturalidade tudo o que nos chega como prova e encaramos as crises como oportunidade de mudar pontos de vista e de transformar nosso modo de agir.”     
 (Sinais de Figueira – www.irdin.org.br e  info@irdin.org.br)

terça-feira, 28 de junho de 2011

A real dificuldade

A real dificuldade esta sempre em nos mesmos, não a nossa volta. Há três coisas necessárias para fazer o homem invencível Vontade, Desinteresse e Fé. Podemos ter uma vontade para nos emancipar, mas Fé suficiente pode estar faltando. Podemos ter uma fé em nossa libertação final, mas a vontade de usar os meios necessários pode estar faltando. E mesmo que haja vontade e fé, podemos as usar com um apego violento aos frutos de nosso trabalho ou com paixões de ódio, excitamento cego ou apressada violência, que podem produzir reações prejudiciais. Por esta razão e necessário, nesse trabalho de tal magnitude, procurar refúgio num Poder mais elevado que o da mente e do corpo, a fim de vencer obstáculos sem precedentes. Esta é a necessidade de fazer Sadhana (disciplina espiritual).
            Deus esta dentro de nos, um Poder Onipotente, Onipresente, Onisciente; nós e Ele somos de uma mesma natureza e, se entrarmos em contato com Ele e colocarmo-nos em Suas mãos, Ele derramará em nos Sua própria Força e descobriremos que nos, também, temos o nosso quinhão de divindade, nossa porção de onipotência, onipresença e onisciência. O caminho é longo, mas a entrega torna-o curto; a senda e difícil, mas perfeita confiança torna-a fácil.
            A Vontade e onipotente, mas deve ser vontade divina, desprendida, tranquila, sem cuidados sobre os resultados. “Se você tivesse fé, mesmo do tamanho de um grão de mostarda” disse Jesus, “você diria aquela montanha: Venha e ela viria até você.” O que significava a palavra fé era realmente Vontade, acompanhada de perfeita Sraddha (fé interior e verdadeira). Sraddha não raciocina, ela sabe: pois ela comanda a visão e vê o que Deus quer, e ela sabe que, o que for da Vontade de Deus, acontecerá. Sraddha sem ser cega, mas usando a visão espiritual, pode tornar-se onisciente.
             A Vontade e também onipotente. Pode lançar-se dentro de tudo com o qual entra em contato e conferir-lhe uma porção de seu poder, seus pensamentos, seus entusiasmos, temporária ou permanentemente. O pensamento de um homem solitário pode tornar-se, pelo exercício da vontade desinteressada e confiante, o pensamento de uma nação. A vontade de um único herói pode impregnar de coragem os corações de milhares de covardes.
            Este é o Sadhana que devemos empreender. Esta é a condição de nossa libertação. Temos usado uma vontade imperfeita com uma fé imperfeita e um imperfeito desprendimento. No entanto, a tarefa diante de nós é menos difícil do que mover uma montanha.
            A força que pode fazer isto existe. Mas está escondida numa câmara secreta, dentro de nós, e desta câmara, Deus guarda a chave.
            Vamos achá-Lo e reclamá-la.

(Sri Aurobindo)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vegetarianismo

Sistema alimentar baseado em vegetais e isento de carnes. Há vegetarianos que fazem uso de alguns produtos derivados de animais, como ovos e laticínios. Os benefícios do vegetarianismo são amplos e eram conhecidos desde tempos remotos. Esse sistema era utilizado, por exemplo, entre os essênios, como meio de purificação e como estímulo para o aperfeiçoamento das faculdades da alma e do corpo. Conjugado com a abstenção de álcool, de fumo e de drogas, o vegetarianismo traz alívio ao corpo e reforça na consciência a capacidade de superar obstáculos decorrentes de tendências equivocadas absorvidas no decorrer das encarnações. Todavia, sem que se depure o caráter e se almeje o serviço altruísta, essa prática torna-se mera dieta, que tanto pode ser saudável como redundar em carências. A alimentação vegetariana possibilita clareza mental, desanuvia o cérebro e os corpos sutis de violência e de paixões. Principalmente quando o indivíduo se propõe controlar suas forças emotivas e instintivas, é-lhe indicado abster-se de carnes. Pelo magnetismo, o alimento animal introduz no organismo humano certa classe de inclinações psíquicas, entre as quais o medo, inclinações que devem ser superadas e não reforçadas. As recomendações para deixar de ingerir carne levam em conta não só a ampliação da consciência humana, mas a evolução de toda a vida planetária. Do ponto de vista ético e espiritual, a alimentação vegetariana colabora no reequilíbrio do carma humano, sobrecarregado pelo morticínio constante de animais. De modo geral, o tipo de alimentação de uma pessoa depende do nível em que sua consciência está polarizada e do seu carma. Porém, quando ela assume colaborar na evolução, sua alimentação passa a ser determinada sobre tudo pelo nível para o qual sua consciência deve trasladar-se. No futuro, após a purificação planetária, será inconcebível que o ser humano ingira cadáveres de animais, prática agora tão comum.
(Do Glossário Esotérico, de Trigueirinho)

 “Feliz seria a terra se todos os seres estivessem unidos pelos laços da benevolência e só se nutrissem de alimentos sem derrame de sangue. Os dourados grãos, os reluzentes frutos e as saborosas ervas que nascem para todos bastariam para alimentar e dar fartura ao mundo.”
(Sidharta Gautama, O Buda)
“Sinto que o progresso espiritual requer, em  determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação dos desejos corpóreos.”
(Mahatma Gandhi)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Respiração Correta e Pensamento Inspirado

É importante que o ser humano desenvolva a capacidade de observar e de aperfeiçoar as funções vitais do seu corpo no dia-a-dia. À medida que percebe essas funções e lhes dá atenção – ao sono, à alimentação, ao despertar, ao ato de respirar – cria menos atrito e ganha energia. Adquire mais equilíbrio e harmonia. Suas funções vitais se desdobram, tornam-se mais sutis: deixam de obedecer apenas aos instintos de sobrevivência e começam a apresentar novos aspectos, subjetivos.
O movimento respiratório tem duas fases: a da inalação e a da exalação. Entre elas há sempre uma pausa, por menor que seja. Entre a inalação e a exalação, a mente fica disponível para receber os impulsos da alma. Já entre a exalação e a inalação, transfere-se esses impulsos recebidos ao cérebro, e eles se exteriorizam como pensamento. A respiração está, portanto, diretamente ligada ao ato de pensar. Influi na qualidade, na intensidade e na abrangência do pensamento e, ao mesmo tempo, dela emanam os elementos que o nutrem.
A vida torácica – o sistema respiratório e o circulatório – são responsáveis pela formação de um fluido nêurico, etérico. Gerado pelo movimento da inalação e da exalação, esse fluido impulsiona a vida de pensamentos. A estrutura cerebral é nutrida por ele, ou seja, pelo ritmo respiratório.
O aprimoramento do ato de respirar influencia a vida de pensamentos de modo muito positivo. Além disso, a respiração correta alimenta o magnetismo superior.
O ato de respirar não se resume, portanto, em inalar oxigênio e exalar gás carbônico. Devemos valorizá-lo, atentos às energias universais que nos circundam e que se encontram em nosso interior. Aos poucos, então, teremos mais consciência do seu real significado.
Se inalamos e exalamos profundamente, os tecidos ganham vitalidade. Adquirimos também flexibilidade, pois a respiração está relacionada com a prontidão em reconhecer o que é correto e necessário a cada momento.
Pelo aprimoramento da respiração, preparamo-nos para seguir com agilidade os impulsos que vêm do mundo interior. A respiração correta ajuda-nos a pensar ordenadamente, a nos valer do lado mais sutil e subjetivo da mente.
Há várias modalidades de exercícios para se chegar a uma boa respiração, mas cada um de nós precisa encontrar a sua própria maneira de aperfeiçoá-la. Podemos, além disso, reservar alguns minutos do dia para observá-la.
Os efeitos da boa respiração repercutem nas demais funções vitais do organismo. E, sobretudo, ajudam-nos a corrigir nossa atitude diante da vida em geral.
Lembremo-nos de um ensinamento do Agni Yoga, em que o instrutor se refere aos fogos sutis despertados em nosso ser quando elevamos a consciência e como a respiração correta nos pode auxiliar em momentos de prova: “O principal prejuízo para os fogos está na irritação, a qualquer sintoma de irritação, aconselha-se se inspirar, inalar o ar profundamente dez vezes. A inalação do prana, ou seja, desse éter, dessa força vital, não apenas tem significado psíquico, mas também químico, pois o prana é benéfico aos fogos e dissolve a irritação”.
O que nos mostra isso?
O sistema neuroendócrino é uma exteriorização do corpo etérico, sutil, que permeia o corpo físico. Nervos e glândulas são mensageiros do jogo de energias desse corpo etérico, e o movimento respiratório é sincronizado com a expansão e a contração dele.
Se respiramos corretamente, injetamos energia em todas as funções do organismo, adquirimos maior domínio sobre o seu funcionamento global, com incalculáveis benefícios para o sistema neuroendócrino.
À medida que participamos do nosso processo de cura, vamos exercendo maior influência sobre o que nos rodeia. Nosso campo de ação se expande. O refinamento vem então naturalmente e nos aguça a percepção das coisa da vida. Passamos a contribuir para que certas energias sutis se aproximem de nós. Tornamo-nos campo mais fértil ao trabalho delas.
A diminuição da frequência respiratória significa que o mundo interior está permeando mais o mundo mental e o cérebro físico. Na respiração mais pausada, o intervalo entre a inalação e exalação se alonga,  e esse é o momento da descida da energia da alma para a mente. Decorre disso, portanto, que a realidade subjetiva possa permear o cérebro com maior intensidade. Começamos a ter pensamentos condizentes com o que na verdade somos. A mente focaliza com mais facilidade o núcleo subjetivo que o anima.

(Sinais de Figueira, 2003 p.04)


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Os últimos serão os primeiros....

Nossa resposta clara e imediata ao chamado interno pode ser decisiva. Pode mudar até mesmo situações mundiais.
Há os que avançam regular e lentamente em seu aprendizado sobre a Terra. Outros, perdem-se em descaminhos. A certa altura, aprendem da dor e do sofrimento e anseiam retornar às trilhas que haviam abandonado.
Alguns fazem-no com tal intensidade, com tamanha urgência e determinação, que caminham mais rápido na evolução natural. Eram os últimos, chegaram primeiro ao término daquela etapa.
Em certo sentido, somos “os últimos”. Desviamo-nos do caminho. Tardamos em responder. Agora, queremos retornar. Precisamos da cura e temos uma esperança.
Se algo dentro de nós nos impele a avançar; se esse algo nos faz insatisfeitos com a vida que levamos e não nos deixa acomodar no ponto que já alcançamos; se queremos de alguma maneira maior bem para maior número de seres, responder a esse chamado é necessidade premente.
Com o planeta em etapas finais da sua profetizada purificação, entramos na contagem regressiva para uma transição planetária intensa e definitiva. Tenhamos isso em conta. Cada instante torna-se preciosa oportunidade de transformação. Em que direção iremos? Devemos insistir no que vimos fazendo, na maneira como o fazemos, ou devemos mudar radicalmente o rumo das nossas vidas?
Não nos enganemos. Os fatos falam por si. Que sejamos inteiros em nossa resposta e – mais que isso – persistentes.
Nossas mais internas e íntimas definições, os votos secretos que fazemos, o sim que dizemos quando tocados por uma energia transcendente devem ser confirmados na prática. Nossas ações, pensamentos e sentimentos devem estar afinados com essa decisão. E, para que assim aconteça, precisamos trabalhar sobre nós mesmos, dissolver e transformar os impulsos negativos, fortalecer os positivos. Hercúleo trabalho, sem dúvida. Porém extremamente libertador.
Para tanto, contamos com instrumentos potentes. Atuam a nosso favor ou contra nós, a depender de como os utilizamos.
O contato interior segue leis precisas. Ocorre quando a nossa vibração terrestre – mental, emocional e etérico-física – se eleva e se torna compatível com o impulso e com a inspiração que provém dos mundos internos.
Por isso, em todos os tempos,nos trabalhos em que a ascese era assumida de maneira intensiva e permanente, as práticas com orações e mantras entoados em voz alta eram fundamentais.
Ao tocar a nossa aura o som confirma vibrações específicas. A música, o ritmo e a fala inspirados podem elevar-nos a alturas celestiais. Se mal utilizados, detêm-nos em padrões de consciência retrógrados ou até mesmo desagregadores.
Com o som e por meio do som construímos e fortalecemos estados de consciência. Corretamente utilizado, é instrumento precioso de elevação.
Hoje, mais do que nunca, precisamos unir-nos não só internamente, mas também externamente, para orar e entoar mantras, sempre mantendo a pureza de nossas intenções. Não para dirigir acontecimentos ou situações com nossa “boa intenção”. A prática da oração e dos mantras em voz alta é para coligar-nos, até no nível físico, com um padrão vibratório e um propósito universal e cósmico, com Deus, dentro e fora de nós. Nós, simplesmente, nos voltamos ao Alto. Ele sabe o que fazer.
Trabalhamos com as vibrações para elevá-las e transformá-las. Se persistimos desapegados dos resultados e com sinceridade, veremos curas inesperadas acontecer, em nós e no planeta.
Os últimos serão os primeiros, ressoa a antiga frase. Teremos ouvidos para ouvir?
Semeamos hoje a colheita de amanhã.
(Artur, Sinais de Figueira, 2008/2)

Interessados em livros, palestras e materiais deste cunho espiritual acesse:
Para receber gratuitamente o jornal “Sinais de Figueira” semestralmente entre em contato solicitando:

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Namastê


Namastê em sânscrito: नमस्ते

A palavra Namaste (pronuncia-se Namastê) é composta de duas palavras sânscritas: Nama (reverência, saudação, adoração ao seu eu interior) e Te, é o dativo do pronome pessoal tvam, "tu" ou “você”.
Em síntese é saúdo a você, de coração, ao que deve ser retribuído com o mesmo cumprimento. "O Deus que habita em mim saúda o Deus que há em você".Utiliza-se na Índia e no Nepal por hindus, sikhs, jainistas e budistas. Nas culturas indianas e nepalesas, a palavra é dita no início de uma comunicação verbal ou escrita. Contudo, o gesto feito com as mãos dobradas é feito sem ser acompanhado de palavras quando se despede.

O Yoga

A palavra Yoga vem do termo sânscrito “yuj”, que quer dizer “unir, ligar”, interpretado também como união. É um conjunto de técnicas que levam ao desenvolvimento do ser humano em sua totalidade. Seu principal objetivo é a unificação dos aspectos material e espiritual do praticante.
O Yoga busca agir de um modo integral. Amplia a concentração, proporcionando tranqüilidade, equilíbrio e consciência. Trabalha também alongamento, reeducação respiratória e força.
A Bhagavad Gîta, um dos clássicos da literatura indiana, diz que “yoga é a perfeição na ação”. Isto significa que yoga não se restringe às práticas nas aulas, pois se estende às nossas atitudes e ações na vida. Diante dos estímulos diários, a maioria das pessoas é passiva, apenas reage de acordo com padrões repetidos de comportamento, quase todos agem impulsivamente. O Yoga mostra que temos a opção de agir com consciência. Por exemplo, diante de uma situação de tensão, você briga se quiser, não age por impulso. Isso acontece quando aprendemos a arte da respiração, da concentração e da meditação, o que diminui o fluxo de pensamentos.
Muitas são as linhas do yoga, dentre as mais conhecidas destacam-se: Hatha-yoga (yoga da força/corpo), Raja-yoga (yoga real/mente), Bhakti-yoga (yoga da devoção), Jñana-yoga (yoga do conhecimento), Pûrna-yoga (yoga integral).

No Bhagavad Gîta, é dito:
“O Yoga não é para o homem que come demais ou para aquele que jejua excessivamente. Não é para aquele que dorme demais, ou para quem se mantém acordado exageradamente. Que o homem seja moderado no comer e na recreação, moderado na atividade, moderado no dormir e no estado de desperto. Descobrirá que o yoga afugenta toda a sua infelicidade”.


"TODA A VIDA É YOGA!"
(SRI AUROBINDO)