sábado, 6 de dezembro de 2014

Recolher-se : " Toda a dificuldade provém do fato que seu Ser não possui o hábito de recolher-se."



“A maior parte de vocês vive na superfície de seu ser, expostos ao contato das influências externas. Vocês vivem, por assim dizer, quase que projetados para fora de seus corpos, e quando encontram um ser desagradável, projetado como vocês fora do corpo, vocês ficam perturbados. Toda a dificuldade provém do fato de que seu ser não possui o hábito de recolher-se. Vocês devem sempre recuar um passo para o interior de si mesmos. Aprendam a mergulhar profundamente no interior. Recolham-se e
estarão em seguraça. Não se abandonem às forças superficiais que se movem no mundo externo.Mesmo que estejam apressados para fazer alguma coisa, recolham-se por um instante e descobrirão, para a sua própria surpresa, que farão muito mais rápido e melhor o trabalho que tiverem que realizar.Se alguém encolerizar-se contra vocês, não se deixem tomar por suas vibrações, mas, simplesmente, interiorizem-se, e a raiva da pessoa, não encontrando em vocês nenhum suporte ou resposta, desaparecerá.Permaneçam sempre em paz, resistam a toda tentação de perder esta paz. Não decidam nada sem recolher-se ao interior, jamais digam uma palavra sem recolher-se, jamais se lancem à ação sem recolher-se.(…) Ponham em prática essa paz interior, ao menos tentem um pouco e continuem a se exercitar até que isso se torne um hábito em vocês.”


~ Mirra Alfassa, “A Mãe”, em “O Caminho Ensolarado”


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quinta-feira, 10 de julho de 2014

" A Arte de Escutar"


"Amigos, nas minhas conversas não vou tecer uma teoria intelectual. Vou falar da minha própria experiência que não nasceu de ideais intelectuais, mas que é real. Por favor não pensem em mim como um filósofo expondo um novo conjunto de ideias com as quais o vosso intelecto pode fazer malabarismos. Não é isso o que quero oferecer-lhes. Mais propriamente gostaria de lhes explicar que a verdade, a vida de plenitude e riqueza, não pode ser alcançada através de qualquer pessoa, através da imitação, ou através de qualquer forma de autoridade.
A maioria de nós sente ocasionalmente que há uma vida verdadeira, algo eterno, mas os momentos em que sentimos isso são tão raros que este algo eterno passa cada vez mais a segundo plano e parece-nos cada vez menos uma realidade.
Ora para mim existe a realidade; existe uma realidade viva eterna – chamem-lhe Deus, imortalidade, eternidade, ou o que quiserem. Existe algo vivo, criativo, que não pode ser descrito porque a realidade ilude qualquer descrição. Nenhuma descrição da verdade pode ser duradoura visto que só pode ser uma ilusão de palavras. Não se pode conhecer o amor através da descrição de alguém; para conhecer o amor, é preciso tê-lo experimentado. Não se pode conhecer o sabor do sal até que se tenha provado. Contudo, passamos o nosso tempo à procura de uma descrição da verdade em vez de tentarmos descobrir uma maneira para a sua compreensão. Afirmo que não posso descrever, não posso pôr em palavras, essa realidade viva que está para além de todo e qualquer progresso, todo e qualquer crescimento. Cuidado com aquele que tenta descrever essa realidade viva porque ela não pode ser descrita; deve ser experimentada, vivida.
Esta compreensão da verdade, do eterno, não está no movimento do tempo, que é apenas um hábito da mente. Quando se diz que se compreenderá com o decorrer do tempo, ou seja, num futuro, então está-se apenas a protelar essa compreensão que deverá estar sempre no presente. Mas se a mente compreender a plenitude da vida, e estiver livre da divisão do tempo em passado, presente e futuro, então aí chega a compreensão dessa realidade eterna e viva.
Mas visto que todas as mentes estão aprisionadas na divisão do tempo, uma vez que pensam no tempo em termos de passado, presente e futuro, então surge o conflito. Mais uma vez, porque dividimos a acção em passado, presente e futuro, porque para nós a acção não está completa por si própria, mas é antes algo impulsionado por motivos, por medo, por guias, por compensação ou castigo, as nossas mentes são incapazes de compreender o todo contínuo. Somente quando a mente está livre da divisão do tempo é que a verdadeira acção pode resultar. Quando a acção nasce da plenitude, não da divisão do tempo, então essa acção é harmoniosa e está liberta dos obstáculos da sociedade, classes, raças, religiões e aquisitividade. "

Krishnamurti - Stresa, Itália - 1ª palestra 2 de julho, 1933

Para continuar lendo:

http://www.jiddu-krishnamurti.net/pt/krishnamurti-a-arte-de-escutar/1933-07-02-krishnamurti-a-arte-de-escutar

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"Que deve a pessoa fazer para preparar-se para o Yoga?"

Breve diálogo de A Mãe (Mirra Alfassa), com seus discípulos em Pondicherry, Índia, 1929.

"Que deve a pessoa fazer para preparar-se para o Yoga?"


A Mãe:
Ser consciente, primeiro que tudo. Somos conscientes apenas de uma insignificante porção de nosso ser, pois da maior parte somos inconscientes. É esta inconsciência que nos mantém sujeitos à nossa natureza irregenerada e impede a sua mudança e transformação. É através da inconsciência que as forças não divinas entram em nós e nos fazem seus escravos. Você deve ser consciente de si mesmo, você deve despertar para sua natureza e seus movimentos, você deve saber como e por que faz ou sente as coisas ou pensa nelas; você deve entender seus motivos e impulsos, as forças escondidas ou aparentes que o movem; na verdade, você deve, por assim dizer, desmontar em pequenos pedaços o mecanismo inteiro de seu ser. Somente quando você se torna consciente é que você pode distinguir e peneirar as coisas, você pode ver quais as forças que o puxam para baixo e quais as que te ajudam. E quando você distinguir o certo do errado, o verdadeiro do falso, o divino do não-divino, você deve agir estritamente segundo o seu conhecimento; quer dizer, resolutamente rejeitar um e aceitar o outro. A dualidade se apresentará a cada passo e a cada passo você terá que fazer a sua escolha. Você terá que ser paciente e persistente e vigilante – “acordado”, como dizem os adeptos; você deve sempre recusar a dar ao não-divino qualquer oportunidade que seja contra o divino.
Escrito pela Mãe em 1912:
O objetivo geral a ser alcançado é o advento de uma harmonia universal progressiva.
Os meios para atingir este objetivo, quanto à terra, é a realização de unidade humana pelo despertar em tudo e a manifestação, através de todos, da Divindade interior, que é Una.
Em outras palavras – criar a unidade pelo estabelecimento do Reino de Deus que está dentro de todos nós.
Este é, portanto, o trabalho mais útil a ser feito:
1)    Cada um, individualmente, conscientizar-se da Presença Divina em si mesmo e identificar-se com ela.
2)    Individualizar os estados do ser que até agora nunca foram conscientes no homem, e, através disso, colocar a terra em contato com uma ou mais das fontes da força universal, que estão ainda seladas para ela.
3)    Falar outra vez ao mundo a palavra eterna sob uma nova forma, adaptada a sua mentalidade atual. Isto será a síntese de todo o conhecimento humano.
4)    Coletivamente, estabelecer uma sociedade ideal em um local apropriado para o florescimento da nova raça, a raça dos Filhos de Deus.
A transformação e harmonização terrestre podem ser conseguidas por dois processos que, embora opostos em aparência, devem combinar-se – devem atuar um sobre o outro e completar-se mutuamente:
1)    Transformação individual, um desenvolvimento interior que leve à união com a Presença Divina.
2)    Transformação social, o estabelecimento de um ambiente favorável ao florescimento e crescimento do indivíduo.
Considerando que o ambiente atua sobre o indivíduo e, por outro lado, o valor do ambiente depende do valor do indivíduo, os dois trabalhos deveriam processar-se lado a lado. Mas isto só pode ser feito através da divisão de trabalho, o que requer a formação de um grupo hierarquizado, se possível.
A ação dos membros do grupo deveria ser tríplice:
1)    Realizar em si mesmo o ideal a ser atingido: tornar-se um perfeito representante terreno da primeira manifestação do Impensável, em todas as suas modalidades, atributos e qualidades.
2)    Pregar este ideal pela palavra, mas acima de tudo pelo exemplo, para assim descobrir todos aqueles que estão preparados para realizá-lo por sua vez e tornar-se também arautos de libertação.
3)    Fundar uma sociedade típica ou reorganizar aquelas já existentes.
Para cada indivíduo também há um duplo trabalho a ser feito, simultaneamente, cada aspecto dele ajudando e completando o outro:
1)    Um desenvolvimento interior, uma progressiva união com a Luz Divina, a única condição pela qual o homem pode estar sempre em harmonia com a grande corrente da vida universal.
2)    Uma ação externa que cada uma deve escolher, de acordo com suas capacidades e preferências pessoais. Ele tem que achar o seu próprio lugar, o lugar que apenas ele pode ocupar no concerto geral e dedicar-se inteiramente a isto, não esquecendo que ele esta tocando apenas uma nota na sinfonia terrestre, e contudo sua nota é indispensável à harmonia do todo e seu valor depende da sua precisão.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Informação e Conhecimento

Informação e conhecimento não são a mesma coisa. Uma informação sobre os fatos da vida espiritual, por exemplo, só nos leva ao conhecimento desses fatos quando há em nós intenção de nos transformarmos, abertura para o novo e fé. É a fé que nos proporciona a coragem de penetrar algo completamente novo. Sem ela, a possibilidade de chegarmos a tal conhecimento fica bloqueada, pois é pela fé que aceitamos como verdadeira uma informação ainda não comprovada. O saber intelectual restringe-se ao nível da informação, não é conhecimento real. De nada serve se não é posto em prática, vivido. No final da encarnação, o intelecto, aspecto efêmero do nosso ser, se desintegra, e a consciência leva consigo somente o que de fato absorveu. A vivência assimilada é o verdadeiro conhecimento. Há até mesmo certas coisas que sabemos sem ter tido conscientemente nenhuma informação prévia a respeito. Quem tem autêntico conhecimento fica imparcial e tranqüilo diante de qualquer situação. Sabe que tudo vem para ensinar alguma coisa.
A única coisa necessária
Vivemos em uma época de insegurança psicológica e material quase generalizada. Muitos não encontram mais apoio em instituições ou organizações deste mundo concreto. Já perceberam que atualmente só podem sentir-se seguros no nível espiritual, área da consciência que fica além do corpo físico, das emoções e da mente. É nesse nível que se encontra o eu superior, a alma, o núcleo de consciência universal presente em todos.
A quietude, o silêncio e a solidão não significam inação ou inércia. Uma pessoa nesse estado de calma pode agir de forma mais dinâmica e poderosa do que alguém que se agita. Mas, então, que significam? Tal quietude diz respeito à ação interior, desinteressada, que não visa o reconhecimento, a gratidão ou sequer a ser notada. E que significa uma atitude silenciosa? Silêncio é só ficar calado, sem dizer nada? É mutismo? Mas na verdade silêncio é mais que isto. O silêncio é um estado interno em que não há críticas, nem desejos, nem cobranças ou interferências. E a solidão? Quando quietos e silenciosos, não desejamos, não criticamos, não comparamos: estamos estáveis em nós mesmos, não divididos, e nos sentimos unos com tudo o que nos cerca. Nesse estado experimentamos ser uma perfeita unidade, isto é, reconhecemo-nos solitários. Quem é desse modo solitário reúne em si energia, pois toda a sua potência fica concentrada no interior do ser e é irradiada para o mundo como bálsamo ou como poder de reconstrução. A lição que tiramos, é que a única coisa necessária é estar quieto, silencioso e só, embora em convívio com os outros. Abandonando interesses pessoais e egoístas, e passando a interesses mais amplos; colocando as necessidades de outros, de grupos e do planeta em que vivemos acima das necessidades pessoais, que nem sempre são verdadeiras, mas produtos de hábitos e vícios. Essa ampliação da consciência pessoal para a consciência de grupo e de realidades ainda mais amplas é um trabalho cujo resultado depende das intenções da pessoa. Às vezes é um longo caminho, que se dá por etapas.
Podemos estar varrendo, cozinhando, lavando, ou executando qualquer outra tarefa externa, pois a única coisa necessária não é o que fazemos praticamente, mas a atitude de silêncio interior, a quietude e a solidão em todas as atividades que realizamos. Assim nos preparamos para ações que poucos estão aptos a cumprir, ações que exijam imparcialidade, não-envolvimento com exterioridades, precisão e inteireza na ajuda ao mundo e às pessoas.

Maiores informações: www.irdin.org.br

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Momento Atual

“ Esta época, que nos pede mais aprofundamento da consciência, nos dará os elementos necessários para praticarmos a interiorização. Cada um de nós precisará ter a fé confirmada e reforçada, pois é do mundo interior, por meio da fé inabalável, que nos virão todos os recursos materiais, psicológicos e espirituais para atravessarmos do modo mais harmonioso possível os momentos de caos que se fazem visíveis por todo o planeta.
         Na busca do contato com o próprio centro interno da consciência, alguns perceberão claramente a presença das Hierarquias Espirituais; outros captarão de modo direto as instruções para si e para a ação prática que devem desempenhar como auxílio à humanidade.
         Se não existirem apegos a fórmulas de trabalho espiritual e expectativas, a energia não se congestionará no indivíduo. Desse modo, estando ele entregue às energias superiores dentro e fora do seu ser, o Plano Evolutivo, perfeito como é, se realiza dentro e fora dele sem dificuldades.
         Sabendo em princípio que existe uma linha de ação e de vida para cada um de nós, estabelecida há tempos pelo nosso espírito em harmonia com as Hierarquias a ele coligadas, nenhuma preocupação devemos ter quanto ao destino. Precisamos entregar-nos ao silêncio interno, saber ouvir a voz interior, calar o sentido crítico desnecessário e o julgamento impiedoso que em geral fazemos dos fatos correntes e dos demais seres. A prática de julgar e falar inutilmente enevoa os espaços sutis da mente, deixando-a sem capacidade para receber e elaborar mensagens e impulsos internos de amor ou instruções para uma ação construtiva nestes momentos de caos.
         Há indivíduos que buscam esse contato interior em silêncio, sem que ninguém o perceba; outros têm necessidade de manifestar suas atitudes mesmo que discretamente. Não importa qual seja o temperamento da pessoa, o mais importante é estar entregue ao próprio Eu Interior e considerar-se unida aos companheiros de caminho.
         É inadequado, no trabalho de aprofundamento da consciência e de união, fazerem-se comparações entre os indivíduos e seus trabalhos espirituais. Cada um é produto do caminho que percorreu até agora através de milhões de anos de experiência variadas. Portanto, as comparações são inúteis, supérfluas, já que todos são fruto da mesma Lei Criadora, têm uma única meta (embora nem sempre a conheçam) e mais cedo ou mais tarde irão alcança-la.
         Nenhuma força externa desintegradora e nenhuma situação, por mais violenta que seja, podem impedir que o indivíduo busque o próprio contato interno – a menos que ele o permita, que se distraia com as forças circulantes. Mesmo que passe por ataques de forças hostis à evolução, mesmo que circunstâncias cármicas que o cercam sejam desfavoráveis, nada disso precisa pesar no seu trabalho de aprofundamento, pois este é essencialmente secreto e invisível.
         Se o indivíduo já tem clareza da própria meta espiritual e se tem consciência da decisão que tomou em sua vida, nada de negativo pode prevalecer em seu caminho interior. Cuidar da própria purificação, coisa muito necessária, significa ficar disponível para a ação de Leis Superiores que regem os níveis transcendentes de consciência. Harmonizados com essas leis poderosas, aceitamos com naturalidade tudo o que nos chega como prova e encaramos as crises como oportunidade de mudar pontos de vista e de transformar nosso modo de agir.”     
 (Sinais de Figueira – www.irdin.org.br e  info@irdin.org.br)

terça-feira, 28 de junho de 2011

A real dificuldade

A real dificuldade esta sempre em nos mesmos, não a nossa volta. Há três coisas necessárias para fazer o homem invencível Vontade, Desinteresse e Fé. Podemos ter uma vontade para nos emancipar, mas Fé suficiente pode estar faltando. Podemos ter uma fé em nossa libertação final, mas a vontade de usar os meios necessários pode estar faltando. E mesmo que haja vontade e fé, podemos as usar com um apego violento aos frutos de nosso trabalho ou com paixões de ódio, excitamento cego ou apressada violência, que podem produzir reações prejudiciais. Por esta razão e necessário, nesse trabalho de tal magnitude, procurar refúgio num Poder mais elevado que o da mente e do corpo, a fim de vencer obstáculos sem precedentes. Esta é a necessidade de fazer Sadhana (disciplina espiritual).
            Deus esta dentro de nos, um Poder Onipotente, Onipresente, Onisciente; nós e Ele somos de uma mesma natureza e, se entrarmos em contato com Ele e colocarmo-nos em Suas mãos, Ele derramará em nos Sua própria Força e descobriremos que nos, também, temos o nosso quinhão de divindade, nossa porção de onipotência, onipresença e onisciência. O caminho é longo, mas a entrega torna-o curto; a senda e difícil, mas perfeita confiança torna-a fácil.
            A Vontade e onipotente, mas deve ser vontade divina, desprendida, tranquila, sem cuidados sobre os resultados. “Se você tivesse fé, mesmo do tamanho de um grão de mostarda” disse Jesus, “você diria aquela montanha: Venha e ela viria até você.” O que significava a palavra fé era realmente Vontade, acompanhada de perfeita Sraddha (fé interior e verdadeira). Sraddha não raciocina, ela sabe: pois ela comanda a visão e vê o que Deus quer, e ela sabe que, o que for da Vontade de Deus, acontecerá. Sraddha sem ser cega, mas usando a visão espiritual, pode tornar-se onisciente.
             A Vontade e também onipotente. Pode lançar-se dentro de tudo com o qual entra em contato e conferir-lhe uma porção de seu poder, seus pensamentos, seus entusiasmos, temporária ou permanentemente. O pensamento de um homem solitário pode tornar-se, pelo exercício da vontade desinteressada e confiante, o pensamento de uma nação. A vontade de um único herói pode impregnar de coragem os corações de milhares de covardes.
            Este é o Sadhana que devemos empreender. Esta é a condição de nossa libertação. Temos usado uma vontade imperfeita com uma fé imperfeita e um imperfeito desprendimento. No entanto, a tarefa diante de nós é menos difícil do que mover uma montanha.
            A força que pode fazer isto existe. Mas está escondida numa câmara secreta, dentro de nós, e desta câmara, Deus guarda a chave.
            Vamos achá-Lo e reclamá-la.

(Sri Aurobindo)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vegetarianismo

Sistema alimentar baseado em vegetais e isento de carnes. Há vegetarianos que fazem uso de alguns produtos derivados de animais, como ovos e laticínios. Os benefícios do vegetarianismo são amplos e eram conhecidos desde tempos remotos. Esse sistema era utilizado, por exemplo, entre os essênios, como meio de purificação e como estímulo para o aperfeiçoamento das faculdades da alma e do corpo. Conjugado com a abstenção de álcool, de fumo e de drogas, o vegetarianismo traz alívio ao corpo e reforça na consciência a capacidade de superar obstáculos decorrentes de tendências equivocadas absorvidas no decorrer das encarnações. Todavia, sem que se depure o caráter e se almeje o serviço altruísta, essa prática torna-se mera dieta, que tanto pode ser saudável como redundar em carências. A alimentação vegetariana possibilita clareza mental, desanuvia o cérebro e os corpos sutis de violência e de paixões. Principalmente quando o indivíduo se propõe controlar suas forças emotivas e instintivas, é-lhe indicado abster-se de carnes. Pelo magnetismo, o alimento animal introduz no organismo humano certa classe de inclinações psíquicas, entre as quais o medo, inclinações que devem ser superadas e não reforçadas. As recomendações para deixar de ingerir carne levam em conta não só a ampliação da consciência humana, mas a evolução de toda a vida planetária. Do ponto de vista ético e espiritual, a alimentação vegetariana colabora no reequilíbrio do carma humano, sobrecarregado pelo morticínio constante de animais. De modo geral, o tipo de alimentação de uma pessoa depende do nível em que sua consciência está polarizada e do seu carma. Porém, quando ela assume colaborar na evolução, sua alimentação passa a ser determinada sobre tudo pelo nível para o qual sua consciência deve trasladar-se. No futuro, após a purificação planetária, será inconcebível que o ser humano ingira cadáveres de animais, prática agora tão comum.
(Do Glossário Esotérico, de Trigueirinho)

 “Feliz seria a terra se todos os seres estivessem unidos pelos laços da benevolência e só se nutrissem de alimentos sem derrame de sangue. Os dourados grãos, os reluzentes frutos e as saborosas ervas que nascem para todos bastariam para alimentar e dar fartura ao mundo.”
(Sidharta Gautama, O Buda)
“Sinto que o progresso espiritual requer, em  determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação dos desejos corpóreos.”
(Mahatma Gandhi)